Nosso ciclo de vida é composto por 4 fases: nascimento, crescimento, reprodução e morte. Sendo assim, a morte é inevitável.
Entretanto, temos uma grande dificuldade em lidar com essa última parte de nossa vida. Mesmo que saibamos de sua inevitabilidade, muitas vezes não encontramos consolo para continuar nossas vidas sem aqueles que amamos.
Nesse momento, passamos pelas 5 fases do luto. E elas é que vamos tratar no texto de hoje. Como funcionam e como lidar com as fases do luto. Confira mais a seguir!
Como Lidar Com As 5 Fases do Luto?
Essa não é uma tarefa fácil, pois o luto é uma dor que não é possível de se explicar e de se entender sem que se tenha passado por ela. Alguns começam a experimentar essas sensações antes mesmo do evento de perda.
Sendo assim, a superação desses eventos pode ser muito dolorosa. Mesmo que você esteja cercado de pessoas se esforçando para que você supere isso.
Por isso mesmo, não existem fórmulas mágicas para se superar as 5 fases do luto. Mas existem maneiras de se lidar com a situação. Por pior que ela seja.
Essas 5 fases do luto são descritas, em 1969, pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross. Por isso, esse modelo é chamado de modelo Kübler-Ross.
Originalmente, esses estágios foram descritos como vivenciados por pacientes terminais. Mas, também, podem ser experimentados por quem passa pela morte de um ente querido. Ou por quem passa por outros tipos de perda, como um divórcio ou, até mesmo, a perda de um emprego.
Também é necessário que se deixe claro que uma pessoa não vai presenciar todos esses estágios. Ou na ordem listada. Mas todos que passam por pelo menos dois desses estágios. Geralmente, começando com a negação e terminando com a aceitação. Dito isso, vamos às 5 fases do luto:
Negação
Esse, geralmente, é o primeiro estágio das 5 fases de luto. Também pode ser o que apresenta as emoções mais fortes, como arrependimento, dúvida e tristeza. Comumente, a pessoa nessa fase não quer se comunicar com os outros. Também pode ser chamada de fase de isolamento.
Nesse momento, podem surgir os questionamentos. Os diversos “e se…”. Nesse momento, nossa mente cria mecanismos de defesa, que podem levar a pessoa a negar algumas coisas que disse, por exemplo. Também pode experimentar uma aceitação parcial.
Nessa fase, o enlutado pode se encontrar em choque ou entorpecido. Vários questionamentos sobre a vida surgem nesse momento. A pessoa começa a se perguntar como poderá continuar, a partir desse ponto.
Por mais estranho que pareça, essa fase é fundamental para a superação do luto. Isso porque os sentimentos, como a tristeza, ganham o espaço que precisam ganhar.
A negação, então, deve ser vista como uma prova de que a superação é possível. E essa certeza é fundamental para o processo de cura.
Raiva
Esse é o momento em que o enlutado se rebela. Sua mente já não consegue manter a negação ou o isolamento. Os assuntos que, porventura, tenham sido deixados como inacabados, passam a ser encarados como injustiça. Aliás, o sentimento de injustiça é muito comum nessa fase.
Quem perde alguém pode sentir raiva de quem deu a notícia, da causa da morte, de pessoas que poderiam ter evitado o sofrimento ou de alguma força sobrenatural.
Essa revolta é, justamente, o que pode afastar o enlutado das outras pessoas. Mesmo assim, é necessário que se mostre a ela que existem outros por ela.
Para que se lide com a raiva, o enlutado deve entender esse sentimento como necessário para sua evolução. Então deve se dispor a sentir essa raiva, mesmo que ela nunca pareça terminar. Isso, pois, quanto mais cedo ela vir à tona, maiores as chances dela se dissipar.
Também deve-se fazer a pessoa entender que, por trás dessa raiva, existe a dor e o sentimento de abandono. Mas que essa raiva poderá trazer força e contribui para a cura.
Barganha
Aqui encontramos um tipo de negociação da dor. Aqui a pessoa em dor pensa que, se mudar a sua forma de viver ou pensar, talvez, possa alcançar algum tipo de salvação.
A pessoa toma diversas resoluções, faz promessas e pactos, caso creia em alguma entidade superior. Muitas vezes, esses questionamentos são permeados por desejos em se voltar no tempo e mudar o que aconteceu. São declarações carregadas de remorso.
O processo de cura envolve em saber que o verdadeiro sentimento é a culpa. E a constatação de que o milagre e a salvação jamais virão ajudar a pessoa a superar essa fase e se desprender do passado.
Depressão
Na quarta das 5 fases do luto, existe uma maior percepção da realidade. Não é possível reverter o que aconteceu ou o que está prestes a aconteer. As mais variadas emoções vêm à tona. Impotência, desinteresse, apatia, melancolia e desânimo são as mais comuns nessa fase.
Mas, mais comum que esses sentimentos, são os momentos de choro, o retorno do isolamento e o questionamento sobre a falta da pessoa querida. Também aparece a vontade de se organizar a vida da melhor forma possível e outros comportamentos.
Primeiramente, para se superar essa fase, é necessário que tanto o enlutado, quanto quem o cerca, saiba que esse período é apenas uma fase. Não uma patologia em si. Esse é um processo natural e necessário para a cura.
Isso pois a perda experimentada é irreparável. Logo, a dor é inevitável. Porém ela não é permanente. E isso deve ficar bem claro para todos os participantes do luto.
Aceitação
Essa é a última das 5 fases do luto. Aqui a pessoa em estado terminal ou a pessoa que sofreu a perda aceita a inevitabilidade de sua situação e o sofrimento é mais diluído. Não existe felicidade, mas, sim, a tranquilidade, que é passada a todas as pessoas em volta. A pessoa sente-se melhor em não ter que lidar com os sentimentos das fases anteriores.
Aqui, existe a reflexão e melhor percepção do momento. Dessa forma, é possível elaborar melhores perspectivas para a vida, aceitando melhor o processo de perda. Seja ela eminente ou passada. Também, é possível elaborar melhor as possibilidades de reação.
A lida com essa fase se relaciona, intimamente, com a percepção de que a situação enfrentada será permanente e inevitável. Isso não significa que você irá gostar dessa situação ou que ela não lhe causará dor. Mas que, invariavelmente, a perda será aceita e, com o passar do tempo, você vai aprender a conviver com ela.
Quando perdemos alguém, sempre existirá a saudade. Mesmo que a tristeza não esteja sempre presente, a pessoa nessa fase aprenderá a se conscientizar que é preciso viver em um mundo sem a presença da pessoa amada.
As Variações das Fases do Luto
Durante o processo de luto, é preciso que se lembre que nem todos são iguais. Então, algumas fases serão mais marcantes e duradouras que outras. Ou podem se manifestar de maneiras diferentes. Por isso, é essencial estar sempre presente por quem passa pelas 5 fases de luto.
É importante, no entanto, destacar que, normalmente, os processos de luto demoram de 6 meses a 1 ano. Se, depois desse período, a pessoa continuar vivenciando as fases descritas acima, ela pode estar em um processo patológico de depressão.
Caso seja necessário, a pessoa não precisa ter vergonha de procurar ajuda especializada, como atendimento psicológico. Eles podem ser essenciais para que a passagem por esse momento tão delicado seja mais simples.