O medo de morrer é algo inerente à condição humana. Mas, nas sociedades ocidentais, essas características são mais fortes e são mais impregnadas nas relações cotidianas, porém, de forma velada.
Não se fala muito em aceitação da morte como parte de um ciclo. O assunto acabou virando um tabu e, para entender esse comportamento, é interessante saber mais sobre o funcionamento do clico da vida e da morte.
A psicanálise pode ser uma ferramenta importante de autoconhecimento e autoaceitação que pode ajudar as pessoas lidarem com o medo da morte.
A Morte De Acordo Com A Psicanálise
Na psicanálise, a morte é vista como algo natural e que deve ser tratado como algo natural. Superar esse tabu humano é um grande desafio, que exige mais compreensão da condição humana, partindo do principio que a matéria não é eterna. A morte pode chegar das mais diversas formas.
O ser humano é educado o tempo todo para ganhar, seja um bom emprego, boas amizades, boas relações e outras grandes conquistas. Mas, para perder o medo da morte, é importante considerar a possibilidade de perder.
Pois, a morte é parte da condição humana. Entender que a morte não é uma derrota, mas sim uma parte da vida e, talvez, até uma passagem necessária, ajuda a amenizar o medo de morrer.
Lidando Com A Morte
Lidar com a morte de um ente querido ou de um amigo próximo é mais difícil em comparação a uma pessoa distante de nossa convivência. Mas o medo da morte se propaga de forma mais efetiva quando a pessoa encara a vida como uma aproximação da morte.
Com isso, deixa de aproveitar momentos felizes e importantes para o desenvolvimento devido ao medo da morte. É importante nos livrarmos do egoísmo de pensar na nossa morte apenas, pois, a vida em si, oferece o mesmo risco de morte a todas as pessoas.
Não existe vida sem morte, pois, são complementos do mesmo processo, é o antagonismo da vida e da morte. Morrer é abrir caminhos para novas experiências e para que novos seres possam vir.
O medo da morte está diretamente ligado ao medo das mudanças. Principalmente, a mudança trazida pelo tempo. Hoje em dia é comum as pessoas recorrerem a tratamentos estéticos e cirurgias plásticas para retardar o envelhecimento, por exemplo. Isso porque o ser humano quer lutar contra o tempo, que é um prenúncio da morte.
Até Quando Sentir Medo É Normal?
É importante se perguntar isso, pois, tudo tem limites. O medo está presente na natureza de todas as pessoas e funciona como um mecanismo de proteção e defesa.
É uma forma instintiva de agir quando estamos em perigo. Se estivermos em algum local e percebemos algo que pode nos ferir, por instinto, nós corremos para fugir da situação.
Sentir medo é algo natural, desde que não atrapalhe a forma de viver da pessoa. O sentimento do medo em excesso pode ser algo muito negativo na vida de uma pessoa.
Se uma pessoa sente medo da morte ou de qualquer outra coisa de forma repetitiva, algo está errado. Isso pode impedir que a pessoa viva muitas experiências, atrapalhando muitas conquistas.
A Importância De Perder O Medo De Viver
Se livrar da sensação de medo de viver também é algo muito importante. Quando a pessoa sente dificuldade de enfrentar os seus medos, ela deve buscar ajuda.
Quando se tem um medo recorrente da morte, é necessário identificar as raízes do seu medo para poder buscar formas de enfrentá-lo. Para isso, é necessário ter autoconfiança e tentar realizar uma ação por dia.
Busque sempre estar próximo de pessoas positivas e, se necessário, não tenha vergonha de buscar ajuda médica.
Dicas De Como Superar O Medo Da Morte
- Uma ferramenta importante para ajudar a aliviar a ansiedade por causa dos pensamentos de morte é a escrita. Escrever sobre os pensamentos de morte pode ajudar a identificar certos padrões. Escrever sobre as situações em que o medo ocorre pode ser uma ferramenta de autoconhecimento importante para trabalhar essas questões.
- Se pergunte, o que estava acontecendo quando senti medo de morrer? Muitas vezes, essa pode ser uma pergunta muito difícil de responder rapidamente. Mas você pode começar pelo básico, ou seja, pense nos últimos dias que sentiu o medo e tente escrevê-lo detalhadamente sobre a sensação para entendê-la melhor, entender as suas causas.
- Descreva também todas as vezes em que seu medo de morrer atrapalhou você de fazer algo. É importante escrever sobre todas as circunstâncias mesmo que não tenha certeza se tais emoções estão relacionadas de alguma forma.
- Depois que tiver escrito todos os pensamentos, faça uma comparação com as circunstâncias em que eles apareceram. Você pode fazer associações e perceber o que traz esse medo. Muitas vezes o medo em si está guardado em nosso subconsciente e são frutos de experiências vividas ainda na infância. Podendo ser até problemas com a própria família. Quando a criança vive em ambientes violentos, ela pode adquirir problemas de medo, depressão, ansiedade e vários outros. Quando se fala em violência infantil, não se trata apenas de violência física, mas também de violência psicológica. A forma como uma criança é tratada pode causar impactos em sua personalidade que podem durar a vida inteira. É importante refletir sobre isso, pois, muitas vezes não nos damos conta de que o problema tem raízes antigas. Nesses casos, é importante um acompanhamento psicológico para que a pessoa seja capaz de livrar dos fantasmas do passado e seguir uma vida mais plena e sem medo.
- Seja honesto consigo mesmo, encare seus problemas de frente. Encare o fato da sua mortalidade. Isso pode tornar seus dias muito mais valiosos, pois, a vida começa a ser temporariamente notada e a pessoa começa a dar valor a cada dia que vive.
- A morte é algo incontrolável, então, concentre-se naquilo que você pode controlar. Controle seu humor, seu estilo de vida e sua saúde. Aprenda a focar naquilo que pode ser controlado e aprecie os momentos.
- Preocupar-se em morrer do coração e não cuidar da própria saúde cardíaca não faz sentido. Então, esqueça a possibilidade de morrer e cuide da saúde. Movimentar-se, fazendo exercícios físicos, melhora não só a saúde, mas também a qualidade de vida e o humor, além de diminuir a ansiedade e o estresse.
- É importante permitir-se a liberdade. Quando a pessoa se fecha em seu mundo e não divide experiências, muito possivelmente irá ter problemas de depressão e angústia, que agravam o estado de medo.
- Identifique o seu medo, pois, grande parte da nossa vida está dentro de nossas mentes. Todas as nossas memórias positivas e negativas. Se identificarmos onde está o problema fica mais fácil encontrar a solução.
- Quando não sabemos de onde vem o medo, quer dizer que ele está em nosso subconsciente. É importante pensar sobre isso e trazê-lo à tona para poder encará-lo de frente.
- Quando você começa a olhar para o seu medo por outra perspectiva depois de identificá-lo, fica mais fácil de harmonizar e seguir em frente. Vale muito a pena tirar um tempo para pensar sobre o que gera o medo de morrer, por exemplo.
- Ninguém nasce com medo, a vida nos apresenta eventos que nos identificamos e levamos adiante, conscientes ou não disso. Porém, perder o medo não é algo que acontece do dia para a noite, é preciso ter paciência consigo mesmo.
- Movimente seus pensamentos com a leitura. Movimente seu corpo com atividades físicas e se apegue aquilo que lhe faz bem. Isso vai trazer mais felicidade a sua vida e consequentemente ajuda a afastar o medo de morrer.
Assim, você colabora para perder o medo da morte de maneira qualificada. Mas lembre-se, caso sinta eu isso está te consumindo, procure por um especialista. Ele poderá te auxiliar de maneira adequada.